quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

FAUNA SURPREENDE VISITANTES NO CALDAS DE PRATA







fotos: João Bagatini

Curicacas, lagartos, ouriços-cacheiros, graxains, gambás, veados, borboletas e
vários outros animais fazem as trilhas ecológicas do parque inesquecíveis

Responsável pela preservação da primeira Floresta Municipal do Brasil, o Parque de Águas Termais Caldas de Prata, de Nova Prata, proporciona aos seus visitantes uma experiência inesquecível. Situado numa área rica da fauna regional, em função da presença de grandes fragmentos de floresta original, além de grandes espaços recobertos por matas em regeneração, que já possuem condições de abrigo, alimentação e, inclusive, reprodução dos animais, as espécies começam a aparecer, como resultado da preservação ambiental implementada pelo Caldas de Prata desde sua criação.
Em um simples passeio pelas trilhas ecológicas promovidas no parque, além dos benefícios do contato com a natureza, os visitantes podem ser surpreendidos com a presença de diferentes animais. Basta um pouco de sorte e alguns cuidados, como enfatiza o biólogo João Bagatini. A observação de aves, por exemplo, já serve como recompensa estética da caminhada. Ativas, são mais facilmente observadas durante a primavera e início do verão, quando estão ocupadas em cortejo e construção dos ninhos.
“No Sul do Brasil, há uma redução nos cantos das aves em janeiro, mas uma maior possibilidade de visualização, em função da nova geração recém-nascida”, conta Bagatini. Observá-las também fica mais fácil em dias sem vento, quando apenas as aves se movem no cenário. Em determinados horários, as Curicacas (Theristicus caudatus), que preferem sobrevoar a região no início e final do dia, tagarelam alegremente permitindo sua contemplação por longos momentos.
No caso de mamíferos e outros animais, como répteis e anfíbios, o encontro depende de um pouco de sorte. A maioria tem hábitos noturnos, quando sai para se alimentar. Mas, é possível encontrar lagartos (Tupinambis tequixim), algumas serpentes e sapos, além de muitos insetos como borboletas, mariposas, besouros, libélulas (especialmente na margem da água), e também aranhas como a caranguejeira (Grammostola sp.). “Esta espécie merece atenção especial, pois ao contrário da crendice popular, não é perigosa ao homem”, diz o biólogo. A caranguejeira possui veneno muito fraco e não ataca, mas, quando importunada defende-se liberando pêlos urticantes com um rápido esfregão das patas traseiras sobre o abdômen. Estes pêlos flutuam no ar e, se atingem a pele ou mucosas, causam alergias simples. Alimentam-se de insetos e filhotes de ratos, sendo útil ao homem.
Alguns encontros são mais raros, como o que ocorreu em dezembro, quando o Bagatini registrou a presença de um veado (Mazama sp.) na Trilha das Bromélias em plena luz do dia, horário pouco provável de deslocamento da espécie. Também é possível descobrir trilhos onde animais como graxains (Cerdocyon thous), ouriços-cacheiros (Coendou prehensilis) e gambás-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) costumam passar.
O biólogo recomenda que, ao passear pelas trilhas, o turista preserve o silêncio, evitando conversar em voz alta. Dessa forma, os animais sentem-se à vontade e continuam com suas atividades normais, quando poderá haver a visualização ou audição do canto ou ruído produzidos pelas espécies. Outra dica é o uso de binóculo, o que enriquecerá a experiência do turista. Máquinas fotográficas com um zoom mínimo de 3 vezes também são recomendadas para registro de imagens de animais.
O biólogo salienta que, em hipótese alguma se deve deixar lixo no ambiente natural, pois além de poluir, os dejetos podem ser confundidos com alimento e ser ingeridos pelos animais, podendo causar morte.

Mais informações:
Fone (54) 3242.4010, termais@caldasdeprata.com, http://www.caldasdeprata.com/




Texto:
Simoni Schiavo

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