quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Forasteiros participarão do Desfile Farroupilha na Capital

Buddy Shaw faz parte de comitiva que participará do desfile em Porto Alegre
Foto: Tadeu Vilani

Norte-americanos estão em ritmo gaudério
MAICON BOCK, especial
Ele usa bota, lenço e bombacha. Toma chimarrão, sapateia e declama poemas gauchescos. Gaúcho? Não, o construtor Buddy Shaw, 29 anos, é um dos norte-americanos que se renderam à cultura gaúcha e que participará do Desfile Farroupilha, amanhã, na Capital.

Aadesão de Buddy ao tradicionalismo ocorreu há seis anos, quando conheceu um grupo de brasileiros que vive em sua cidade: Newark, no Estado americano de Nova Jersey. Lá, ele integra o CTG Saudade da Minha Terra, fundado por um casal de paranaenses, ex-professores de dança tradicionalista e netos de gaúchos.

Casado com a babá Kimberly, 28 anos, filha do gaúcho de Nova Prata Adelino Perin, Buddy se encantou com os costumes do Rio Grande do Sul.

– Gosto muito da tradição e do envolvimento de toda a família. O chimarrão se tornou meu hábito – conta Buddy, que decorou um poema para declamar em português no Brasil.

Em Porto Alegre, ele faz parte de uma comitiva de oito brasileiros, cinco americanos e dois argentinos que chegou ontem de Newark, após 13 horas de vôo, para desfilar no carro temático do churrasco neste 20 de Setembro, na Capital. Ontem à tarde, visitaram o 35 CTG, o Palácio Piratini, a Assembléia Legislativa e o Acampamento Farroupilha carregando bandeiras do Rio Grande do Sul e dos Estados Unidos.

Emocionados por estarem no centro da maior festividade gaúcha, os integrantes do CTG Saudade da Minha Terra estão retribuindo a visita do CTG Querência do Prata, de Nova Prata, que esteve em 2006 em Newark. Hoje à noite, o grupo dos Estados Unidos se apresenta em frente à prefeitura de Nova Prata. Sábado e domingo, repetem as apresentações de dança no CTG Querência do Prata.

– Ensaiamos durante um mês para fazer bonito no Rio Grande – relata o pintor Edson Nigelski da Silva, 38 anos, que fundou o CTG americano há quatro anos com a mulher, a secretária Joyce da Silva, 37 anos.

Para João Rosa, patrão do CTG Querência do Prata, a visita simboliza a amizade, marca do tradicionalismo:

– O melhor que a cultura gaúcha proporciona é a integração, uma forma de crescer como pessoa.

Em solo americano, o CTG ainda não tem sede. As atividades são realizadas em um espaço alugado, como o 2° Encontro Tradicionalista Gaúcho nos Estados Unidos, que congregou em 2006 cinco CTGs instalados naquele país. A comitiva retorna segunda-feira aos Estados Unidos.


ZERO HORA

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