Rebenta a noite de trás dos galpões,
enquanto mateio meus pensamentos, lá junto do rancho abrigo.
O pingo me mira mui quieto
parece que sofre comigo
a desventura de viver e morrer todo dia
na solidão destas noites de Maio.
São dias e tardes que despencam lá da serra
tratando cuidar da lida
pra esqueçer das feridas
cruzando e rompendo os campos
mateando a saudade que me acalanta e consola
São dias e noites iguais à esta,
na desventura de uma amor que não veio
na derradeira saudade que fere como relho
Trato de vencer o pranto
e deixo o cansaço me apaziguar,
amanhã outra manhã renascerá
e a esperança plena de um querer
por estes campos irei buscar.
Andrea Rodrigues
fonte: Fronteiras
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