terça-feira, 12 de abril de 2011

ENTREVISTA PRESIDENTE DO MTG Erival Bertolini

1 - Como o senhor entrou para o movimento tradicionalista?
Em 1968 fui convidado a ser sócio do CTG Rodeio da Saudade da cidade de Cruz Alta.
2 - Como desburocratizar e incentivar mais pessoas a aderir ao movimento?
É simplificar os processos ouvindo as bases e enxugando nossa legislação para preservarmos a essência.
3 - Que modificações o senhor conseguiu implementar até agora?
Agilizamos a confecção dos cartões, redistribuímos funções, simplificamos a Ciranda Cultural de Prendas retirando custos e facilitando a participação das candidatas, facilitamos a participação dos tradicionalistas na FECARS sem perder as raízes e sem nenhum problema.
4 - Na verdade o MTG gaúcho busca uma maior liberdade no movimento, sem perder os valores e sem prejudicar a cultura?
Não diria liberdade e sim praticidade, com legislação clara e tradicionalistas conscientes, com mais informação sobre os verdadeiros objetivos do MTG. Nossa cultura e os valores estarão preservados.
5 - Nossos rodeios sempre tem alguma polemica quanto a regulamentos e grupos musicais. O que o MTG esta fazendo para unificar e ter um padrão em todos os rodeios tradicionalista?
Temos uma dificuldade em fazer as nossas informações chegar até a base do movimento nos mais longinquos rincões, às vezes o interesse financeiro se sobrepõe e a forma de ver de alguns companheiros achando que descumprindo regulamentos o público será maior, o que se sabe é que só permanece e cresce os organizados, nas reuniões que farei lá na base, vamos com certeza resolver estas questões.
6 - Nosso movimento tem até patrão carioca, que ama nossa cultura de coração. Porque que tem gaúcho que não gosta da nossa cultura? Será que eles não há conhecem?
Temos patrões de toda parte do Brasil que defendem a nossa tradição com unhas e dentes, temos riograndenses que querem virar tradicionalistas depois que perdem seus (as) filhos (as) para as drogas ou quando saem do estado ou do país. Aí pedem pra mandar uma bombacha, um lenço, botas. Uma sugestão: leiam a carta de princípios do MTG e assistam aos eventos com as crianças que vão conhecer e gostar.
7 – O senhor quer inserir o movimento tradicionalista gaúcho no currículo escolar de nossas escolas?
Não acho que isto é difícil, pois temos resistência quanto ao aumento de material no currículo, vamos levar o movimento através da arte dos grupos mirins se apresentando nas escolas no horário do recreio apenas como atração, isto irá motivar as crianças a participar do movimento, e irão e levarão seus pais, temos exemplo disso.
8 – Uma das melhores maneiras para educar um guri e uma guria é dentro de um CTG junto com o pai mãe, vô e vó. O senhor não acha que as prefeituras e MTG deveriam trabalhar juntos para que crianças carentes do nosso estado que não tem condições de comprar um chinelo, que dirá uma bota tivessem acesso a nossa cultura?
Entendo que sim e temos exemplo em Gravataí de que isto acontece e em outros municípios também, se o governo municipal e estadual tivesse esta consciência, seria muito mais produtivo investir na cultura do que em abrigos e cadeias, as crianças que estão cantando e dançando não estão se drogando, pensem nisto.
9 - Como tornar o movimento mais prazeroso?
Simplificando os processos, tornando regras mais simples e desburocratizando, a nossa indumentária não mudou, as encilhas não mudaram, a nossa gastronomia não mudou. Nossos costumes devem ser preservados, parem de inventar e sejam felizes e terão prazer de defender as nossas tradições este que é o maior movimento cultural do planeta que abriga todas as idades, etnias e religiões, qual é a dificuldade.
10 – Os gaúchos pelearam muito tempo contra o império, e hoje o Presidente do MTG é um militar
O que o senhor acha dessa situação?
Militar foi a função, a atividade profissional que tive durante 30 anos e que me da garantia para ser presidente por amor a causa sem receber salário e tendo uma dedicação exclusiva nas 24 horas do dia, o presidente do MTG é o tradicionalista Bertolini e não o sargento Bertolini que deste sobrou foi o salário e o que aprendi em casa e na caserna, cumprimento de horário, palavra empenhada, fio de bigode, seriedade, simplicidade, honradez e etc.
11 – Qual a mensagem que o senhor deixa para os gaúchos espalhados por esse mundo a fora?
O nosso agradecimento por terem levado nossa cultura, nossos usos e costumes além fronteira e tornado o nosso movimento gaúcho brasileiro, vários países amam nossa tradição, os senhores são nossos embaixadores do tradicionalismo.
FOTO: MTG
Entrevista: JK MARINHO Para site www.somosdosul.com.br 

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