segunda-feira, 23 de maio de 2011

DIRETRIZES DAS PILCHAS

NECESSITAM DE UM REESTUDO POIS FEREM COSTUMES REGIONAIS
Observem esta foto de dois gaúchos serranos, Os Irmãos Bertussi, isto lá por 1957 (bem antes das "Diretrizes" das Pilchas Gaúchas). As bombachas não eram largas!
Segundo informações que obtive, o Presidente do MTG Erival Bertolini se mostra receptivo para com algumas mudanças na entidade que preside, a começar pelo regulamento campeiro.
No fim de semana do dia 08 de maio aconteceu, em Santa Maria, no CTG Estância do Minuano, a reunião de Coordenadores do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), com a finalidade de discutir tal regulamento. Durante a sexta e o sábado, foram colhidos opiniões e depoimentos de todos os participantes sobre o que deveria ser alterado na legislação. Segundo o presidente do MTG, o objetivo é justamente propor uma revisão do regulamento, a fim de simplificá-la. “Queremos eliminar algumas contradições ainda existentes”, afirmou.
Uma Comissão, constituída por representantes do Movimento, dará continuidade aos trabalhos. A estimativa é de que a finalização aconteça ainda na segunda quinzena de junho. Após, será realizada uma nova reunião com conselheiros e coordenadores para apresentação do resultado dos estudos.
Esperamos que esta receptividade estenda-se a um estudo mais profundo sobre a indumentária e nas intempéries do projeto abaixo, principalmente no que tange a largura das bombachas.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho, reunido na 67ª Convenção Tradicionalista Gaúcha, realizada em 29 e 30 de julho de 2005, na cidade de Tramandaí, aprovou as presentes DIRETRIZES para a “Pilcha Gaúcha”, conforme determina o parágrafo único do Art. 1º da Lei n° 8.813 de 10 de janeiro de 1889, com alterações introduzidas pela 69ª Convenção Tradicionalista Extraordinária, realizada no dia 20 de maio de 2006, na cidade de Bento Gonçalves.
I - DA PILCHA PARA ATIVIDADES ARTÍSTICAS E SOCIAIS
Indumentária a ser utilizada nas atividades cotidianas, apresentações artísticas e participações sociais, tais como bailes, congressos, representações, etc.
1. PILCHA MASCULINA
- BOMBACHAS:
Tecidos: brim (não jeans), sarja, linho, algodão, oxford, microfibra
Cores: claras ou escuras, sóbrias ou neutras, tais como marrom, bege, cinza, azulmarinho, verde-escuro, branca, fugindo as cores agressivas, fosforescentes, fugindo das cores contrastantes e cítricas, como vermelho, amarelo, laranja, verde-limão, cor-de-rosa.
Padrão: liso, listradinho e xadrez discreto.
Modelo: cós largo sem alças, dois bolsos na lateral, com punho abotoado no tornozelo.
Favos: O uso de favos e enfeites de botões, depende da tradição regional. As bombachas podem ter, nos favos, letras, marcas e botões. Obs.: roupas de época não podem ter marcas.
Largura: com ou sem favos, coincidindo a largura da perna com a largura da cintura, ou seja, uma pessoa que use sua bombachas no tamanho 40, automaticamente deverá ter, aproximadamente, uma largura de cada perna de 40 cm.
Neste último item, a LARGURA DA BOMBACHA é que mora o meu protesto. Tenho a impressão que a pessoa que elaborou este projeto (e quem votou a favor) não pesquisou o suficiente sobre usos e costumes das vestes regionais.
Compreendo que tal projeto visa espantar a bombacha justa (calça-de-punho) muito usada no Uruguai e na Argentina mas, além de não conseguir seu intento, o projeto acabou coibindo o uso da bombacha serrana, que nunca foi larga a este ponto e que sempre existiu, antes mesmo de se pensar em diretrizes das pilchas. Houve, isto sim, falta de um trabalho mais específico e detalhado sobre o assunto, que teve voto favorável até de gente de São Francisco de Paula que, com certeza, desconhece a sua história.
Além de tudo, tal modelo é anti-estético. Imaginem eu, baixo e pançudo, com uma bombacha onde a largura de uma perna tem que regular com minha cintura. Já ouviram falar em toco de amarrar bode?
Então que se colocasse assim: a largura da perna da bombacha, na altura do joelho, não pode ter menos que tantos centímetros. Mas nunca vinculá-la a cintura.
De repente nosso Presidente Erival Bertonili possa convocar gente que realmente entenda do riscado para uma nova leitura deste projeto.
Tenho o maior carinho e respeito pelo Movimento, só não apoio os excessos.
Apenas como reforço que tal diretriz não vingou é que já vi diretores e conselheiros do MTG usando a bombacha em total desacordo com o que prega o projeto. Para ir mais longe, embora não seja o assunto do momento, já os vi usando a bombacha por cima das botas DENTRO DA SEDE DA ENTIDADE! Mas aí proíbem boina, alpargatas, etc. por não serem originários do Rio Grande do Sul. Mas que veste é originária daqui? A bombacha feminina? Bueno! Isto é tema para outra postagem....
Postado por Léo Ribeiro

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