terça-feira, 23 de agosto de 2011
UM CHASQUE AO GOVERNADOR
Para começo desta charla, quero dizer que acredito, piamente, ser nosso Governador Tarso Genro uma pessoa séria e honesta. Da mesma forma, lo creio que o seja, o Secretário de Cultura do Estado, Sr. Luiz Antônio de Assis Brasil.
Este ilustre e competente escritor foi meu professor na Pontifícia Universidade Católica, cadeira de literatura, quando cursei ciências jurídicas e sociais naquela entidade de ensino. Assis Brasil era uma pessoa tranqüila, afável e de fino trato. Imagino que continue o mesmo.
Dito isto, penso que ambos precisam bombear com mais carinho á cultura que tipifica o sul de nosso país, pois não é possível que algum mandatário, de sã consciência, nade de pala contra a corrente, ou seja, rume contra os costumes, a tradição, a raiz do povo que governa.
Já se nota um mal estar muito grande após alguns pronunciamentos do Secretário propondo “diversificar” nossa cultura. Os tradicionalistas já se manifestaram que não são contra estes esforços de emergir novos valores culturais, desde que não interfiram, prejudicialmente, no folclore que caracteriza nossa gente.
Particularmente, não acredito que veremos este pago como um novo berço do pagode, do carnaval, das festas juninas, do sertanejo universitário, do bumba-meu-boi, contudo, vejo com bons olhos que verbas sejam destinadas ás jornadas de literaturas, ao cinema, ás artes plásticas, mas que tais modalidades tenham um mínimo de enfoque com as coisas nativas desta terra.
E por que digo isto? Porque, na verdade, deveríamos é agradecer aos céus por termos costumes próprios e uma tradição riquíssima que aglutina danças, músicas, gastronomia, simbologias, festividades campeiras... Quantos Estados que hoje ficam boquiabertos pela maneira de como cantamos o hino riograndense não dariam tudo, e mais um pouco, para possuírem uma cultura como a nossa?
Mas o que se comenta, é que alguns assessores da Secretaria de Cultura são radicalmente contra alguém quer vista bombacha e toda a voz em contraponto é advertida com severidade. Se for verdade, então, tem que entrar a maneira pausada, sensível, inteligente, mas de autoridade constituída que é Luiz Antônio de Assis Brasil.
Neste sábado passado, estive no acendimento da Chama Crioula em Taquara. Um evento de magnitude ímpar em nosso Estado. O Rio Grande do Sul inteiro estava representado neste encontro nativo que coloriu de patriotismo aquela bela cidade de colonização germânica do Vale do Paranhana. Contudo, a ausência do governador foi sentida e alardeada em alto e bom tom pelo Presidente da Comissão dos Festejos Farroupilhas, Erival Bertolini, também Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, entidade que congrega a gauchada.
Com entusiásticos aplausos de milhares de presentes, Bertolini apontou que 45% do turismo em nosso Estado têm alguma vinculação com as tradições de nossa querência e que estas não recebem o mínimo de reconhecimento por parte do poder público. E foi além, o mandatário do MTG. Fez referência ao festival de Parintins, no Amazonas, e ao apoio que este evento angaria do governo de seu Estado, que banca, por meses, toda a mídia da programação. - Aqui, na véspera da Semana Farroupilha, nosso governo não gastou um centavo em anúncios – arrematou Erival.
Penso que ninguém é obrigado a andar de bota e bombacha dançando o “pézinho”, ou declamar o "bochincho" como nosso ex-governador, cria da terra missioneira, Olívio Dutra, mas todo o administrador público tem o dever de entender de retorno no investimento cultural. Nossos dedicados governantes têm uma fortuna nas mãos, mas, por algum motivo, não estão sabendo usá-la.
Meu governador: Dê uma proseada mais a fundo com Rodi Pedro Borghetti, Diretor do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (pessoa certa no lugar certo) e vamos reagrupar esta tropa em vias de estourar.
Léo Ribeiro
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