sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DE COMO CANTAR UM HINO


O Hino Rio-grandense é como um "Pai Nosso" para o gaúcho

“Essa idéia de ficar louvando uma coisa porque é tua é algo que muitas vezes chega às raias do ridículo, como a prática de cantar o hino gaúcho antes de cada jogo de futebol. É um negócio bizarro”.

Em contraponto a esta grande e despeitosa asneira que disse o cineasta “gaúcho” Jorge Furtado (que convive, mas não aprende com Tabajara Ruas) em entrevista ao Jornal Sul 21, saiu uma pesquisa, ante-ontem, para saber qual dos hinos é o mais popular: o nacional ou o rio-grandense.
A empresa Segmento perguntou: “Qual dos dois hinos você prefere cantar?”. As respostas foram:
54% o do Rio Grande do Sul

46% o do Brasil

Foram entrevistadas 400 pessoas de ambos os sexos, moradores da capital, com idades entre 16 e 65 anos e de todas as classes sociais, entre os dias 17 e 20 de agosto.
Em face deste apego do gaúcho pelo seu hino, há tempos atrás escrevi uma letra sobre o tema, intitulada:
DE COMO CANTAR UM HINO

(Léo Ribeiro)

Apresilhado num lugar de fundamento

tremula ao vento o brazão do chão sulino

e um gaúcho com o sombreiro na mão,

com devoção mira o pano e canta o hino.



E o verso chucro ganha corpo e ganha espaço,

como um abraço contagiante, se adelgaça,

em cada olhar há um orgulho em si mesmado

de um passado retumbante que não passa.



Que “cosa” linda, meu “ermão”, “cosa” gaúcha!

Quando alguém puxa – como aurora precursora –

de boca em boca um atavismo se agiganta

pelas gargantas que de berço são cantoras.



No céu aberto, num palácio ou num galpão

o canto-chão é troado a toda voz.

Hino crioulo é a nossa estampa musicada

e não há nada que retire isto de nós!



Poema escrito nos cativeiros farrapos,

conta os relatos de façanhas e bravuras

e traz no bojo as visões de liberdade,

identidade que forjou nossa cultura.



Dizem que a dor não se guarda na memória

e que a história é escrita por quem vence,

da nossa gesta sem derrotas, sem vitórias,

ficaram glórias neste Hino Riograndense.



Berro de touro, sons de gaita e poesia,

rancho em família, festivais de tradição,

céu azulado, campos brancos, sol de sangue,

tudo é Rio Grande na mais rude comunhão.



Um pago assim tem que ter um verso forte

pra que suporte o porvir de um mundo novo.

Não levem a mal este jeito tão vibrante

e que outros cantem como canta o nosso povo.

Postado por Léo Ribeiro

Um comentário:

Passageira disse...

Moro em SP há muito anos e jáescutei várias asneiras sobre cantarmos o hino ante de cada jogo de futebol.abem o que respondo?"Azar o de vocês que não fazem a mínima idéia de como é a letra do hino de SP".É tudo inveja e sem vergonha,confesso que vou às lágrimas cada vez que escuto nosso hino.