quarta-feira, 4 de abril de 2012

QUERO-QUERO

A tecnologia, o modernismo, a aculturação, os novos tempos, a adaptação a tudo isso, foi que me levou a colocar as fotos desses moços que antigamente eram arredios, ariscos, viviam sós nos fundos das invernadas, que ao menor movimento, faziam a maior barulheira, portando-se como verdadeiros sentinelas dos pampas. Pois tudo isso mudou e creio que eles estão certíssimos, quem não acompanhou essa transformação nos usos e costumes do nosso pago, ficou para trás.
Eles modernizaram-se e hoje vivem tranquilamente nas cidades mais movimentadas do nosso Estado. Esse flagrante aconteceu quando estava de visita na casa de um filho na cidade de Sapiranga no vale dos sinos. Para aliviar o calor, coloquei um colchonete no fundo do terreno, 11/30 pra tirar um cochilo, acordei com um movimento estranho. Para surpresa ali estavam os dois quero queros tranquilamente me fazendo parceria sem a menor cerimônia. De outra feita, em Caxias do Sul, num dos cruzamentos mais movimentados da cidade, presenciei o mesmo fato, que me levou a fazer uns versos a respeito.
QUERO-QUERO
EU SOU UM ÍNDIO CAMPEIRO
CRIADO PELAS CAMPANHAS
JAMAIS PENSEI NA FAÇANHA
DE UM DIA VER NAS CIDADES
EM RUAS E CRUZAMENTOS
COMO SE FOSSEM DALI
PRA MIM QUE OS CONHECI
BEM LONGE DOS ARVOREDOS
GRITANDO PELOS VARZEDOS
NOS CAMPOS E NAS COXILHAS
EM ALERTA PERMANENTE
SAIU DO FUNDO DOS CAMPOS
PRA VIVER JUNTO COM A GENTE.
enviado por e mail:  Vilmar o Tiatino

Nenhum comentário: