quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PTG China Veia reúne amigos para celebrar tradição no país oriental



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Grupo se reúne na China no Piquete de Tradições Gaúchas China Veia (Foto: Arquivo Pessoal)

A expressão "tchê" também pode ser falada em mandarim. Pelo menos é o que tentam os integrantes do Piquete de Tradições Gaúchas China Veia, localizado em Dongguan, na China. A cidade é considerada uma colônia brasileira, mais precisamente de trabalhadores do Vale do Sinos do Rio Grande do Sul, que se mudaram à trabalho devido ao ramo do couro. Com cerca de 23 participantes, o grupo realiza encontros para falar sobre tradição, amizade e saudade. "A ideia era reunirmos amigos, parceiros, que gostassem da tradiçāo", explica o patrão Alan Sehn.

A entidade nasceu em um churrasco, de maneira informal, no meio de uma conversa ao som de um DVD do compositor regionalista Luiz Marenco. "Fui num churrasco de um parente do meu amigo. Ele me comentou que já tinha feito parte de CTGs no Rio Grande do Sul e até já havia se apresentado na Coréia do Sul, durante a Copa de 2002", lembra Alan. "Lancei a ele a ideia do CTG China Veia e ele gostou", completa. A partir dali, outros encontros aconteceram e a vontade de formalizar o que começou como uma brincadeira só aumentou. "No dia 1º de janeiro deste ano, em uma janta familiar em minha residência, em conjunto com mais três conterrâneos, fundamos o PTG China Veia. Combinamos que iríamos nos reunir a cada três semanas, sempre na sexta-feira", explica. Regras básicas sobre a indumentária e os encontros foram registrados, e assim se formou o primeiro projeto de CTG no país oriental.

Abertos a troca de cultura, Alan conta que já recebeu visitantes da Alemanha e da Itália, admirados pela iniciativa. "A China, por ser um país comunista, tem restrições quanto a manifestações culturais abertas ao público. Desta forma, os eventos são realizados em local fechado, somente para integrantes e convidados", atenta. Sem sede fixa, os encontros ocorrem sempre na casa de um dos participantes ou em locais locados. "Particularmente, sempre tive vontade de montar algo para revivermos um pouco da tradição, mesmo morando em uma cidade de sete milhões de habitantes, cheia de prédios e edifícios", retrata Alan sobre os contrastes.

Pela grande diferença de costumes e culturas, a entidade já passou por algumas barreiras hilárias. Organizando um dos encontros, Alan trocava e-mails com outros participantes, quando um deles sugeriu que alguém levasse "loucas": "Minha mulher leu o texto e já ficou brava e disse que iria falar com as outras mulheres para acabar com o China Veia. Em outro dia, fui tirar satisfações com o indivíduo pelo comentário infeliz e, logo que enviei o dito e-mail argumentando, outro integrante respondeu assim 'Concordo plenamente com o 'quera'. Deveríamos achar um lugar para encontros e levar alguns talheres e pratos de papel'", conta o patrão, entre risos, sobre a confusão: "Os teclados dos nossos computadores não possuem o "ç". De vez em quando, nos encontros, um grita: 'e as 'loucas'? Aí respondo: 'louca ficou minha prenda com esta história'".

Semana Farroupilha com sotaque mandarim

Os Festejos Farroupilhas começaram do outro lado do mundo no início de setembro. Ao invés de realizar encontros apenas uma vez ao mês, como de costume, os integrantes do PTG China Veia passaram a se reunir toda semana para comemorar. "Temos um calendário a cumprir até o final do ano. Optamos por fazer um por semana durante o mês de setembro, pois não só reunimos pessoas de Dongguan, mas também de localidades próximas".

Até o final do ano, a 1ª Domingueira China Veia reunirá familiares e amigos. Um site também será lançado. "Nosso ritual começa com a execução do Hino Riograndense, seguida de uma discussão da pauta para nossa Ata, e logo após, está aberto o piquete para janta, muito truco, conversa fiada e música".

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via: Portal Rodeios

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