quarta-feira, 28 de maio de 2008

Reestruturação da TVE-RS pode envolver unificação com outras TVs públicas

Reestruturação da TVE-RS pode envolver unificação com outras TVs públicas
Marianna Senderowicz, de Porto Alegre

A proposta de unificar a TVE-RS com as TVs Assembléia, Câmara e Prefeitura começou a ser discutida em nível político no Rio Grande do Sul. Em reunião realizada em 15/05, representantes da emissora e da Câmara de Vereadores de Porto Alegre analisaram a idéia de, a partir da tecnologia digital, unificar as transmissões dos canais com o objetivo de racionalizar custos.

“Basicamente, seria necessária a compra de um transmissor, antena e um multiplexador. De resto, a maioria das TVs já capta em digital”, explica James Görgen, vice-presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Piratini – que engloba a TVE e a FM Cultura. Na prática, todos os veículos utilizariam o mesmo sistema de transmissão, mas as programações seguiriam individualizadas. “Com a digitalização, qualquer canal atual poderá transmitir até oito programações simultâneas em qualidade de DVD, duas em HDTV ou uma em HDTV e quatro em SDTV. É com esta última idéia que estamos trabalhando.” Assim, não haveria compartilhamento de horário de grade, mas de canal, que seria escolhido pelo público via controle remoto. “Aí está a racionalização e a economia.” A tecnologia digital, que por enquanto só funciona nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, deve chegar ao estado sulista em março do ano que vem.

Conforme Görgen, o presidente da Câmara, Sebastião Melo, e os deputados gaúchos se mostraram favoráveis à unificação. “Não há obstáculos de parte das TVs menores. A Prefeitura, que sequer possui uma TV, seria uma das maiores interessadas, assim como o presidente da TVE, Airton José Nedel, é parceiro da idéia e a secretária de Cultura, Mônica Leal, também. Mas não sabemos o que pensa o restante do Grupo de Trabalho nomeado pela governadora Yeda Crusius”, afirma.

Questões políticas O representante da TVE informa que não há previsão para um encontro com os representantes do governo. “Estamos solicitando isso há tempos. Ontem (15/05) mandei um novo e-mail reforçando o pedido ao presidente da TVE.

” Os próximos passos do debate também incluem uma audiência pública na Assembléia e reunião entre as procuradorias da Câmara e da Assembléia para discutir um modelo jurídico para firmar o acordo de compartilhamento. “A concessão segue sendo da Fundação Piratini.”

Na visão do vice-presidente do Conselho Deliberativo, o maior entrave à aprovação da proposta está em nível político. “A questão é saber como partidos diferentes, que controlam as três esferas de governo, conviveriam. É preciso criar uma estrutura pública, ou seja, suprapartidária, para que ninguém fique refém desse ou daquele administrador.”

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