quarta-feira, 17 de setembro de 2008

HISTÓRIA DO CAVALO CRIOULO


foto: Igor Pires


O Cavalo Crioulo originou-se das raças ibéricas – andaluz e lusitano – que, na época da colonização, foram trazidas pelos portugueses e espanhóis, tendo se espalhando principalmente pelos pampas sul-americanos, inclusive Argentina, Brasil, Paraguai, Chile e Uruguai.

Em 1493, cavalos espanhóis pisaram pela primeira vez nas Américas, na ilha La Española - hoje São Domingos. Em 1535, Dom Pedro de Mendoza já trouxe cavalos. Em 1538, Dom Alonso Luis de Lugo trouxe da Espanha 200 cavalos e Dom Hernando de Soto trouxe mais 100 cavalos. Em 1541, Dom Alvar Núñez Cabeza de Vaca trouxe mais cavalos diretamente da Espanha para o sul da América.

Os cavalos que suportaram a travessia do Oceano Atlântico, nas condições precárias daquela época, eram muito resistentes e logo se adaptaram às novas condições de clima e alimentação, reproduzindo-se mais e mais. Com os anos, esses sobreviventes da seleção natural feita pelas condições inóspitas do meio, reproduziram-se tanto, que superaram as necessidades e possibilidades dos primeiros colonizadores, que já não podiam manter todos sob controle. Isso aconteceu tanto no norte, quanto no sul das Américas.

Assim, os rebanhos primitivos de cavalos se dispersaram, esqueceram a domesticação e formaram enormes rebanhos selvagens, que no México foram chamados de “mesteños” e nos Estados Unidos de "mustangs". No caribe e na América Central foram chamados de "cimarrones". No Rio da Prata os designaram como "baguales".

Esses animais que se tornaram selvagens desenvolveram características como força, rusticidade e adaptação ao meio. Eram animais de estrutura excepcional com funcionalidade e morfologia superiores.

Os cavalos crioulos, antes mesmo de serem registrados como raça, foram companheiros inseparáveis dos pioneiros que colonizaram o Sul do país, sendo, por muito tempo, o único meio de transporte, tanto dos fazendeiros quanto das tropas que fizeram revoluções e defenderam as fronteiras no sul do Brasil.

Em 1932, com a criação da ABCCC - Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos -, iniciou-se a seleção genética e o aperfeiçoamento da raça, que se revelou ideal para a lida com o gado bovino nas fazendas. Também apresentou excelente desempenho em competições que reproduzem a vida no campo, como a apartação de bois e o tiro de laço.

Com a popularidade das competições específicas da raça - como o Freio de Ouro e as provas de laço e paleteada - o interesse por animais de provas aumentou também entre os proprietários urbanos. O cavalo crioulo é quase um fenômeno social. Ele agrega pessoas, cria amizades e envolve toda a família com objetivos sadios. A ascensão de simples hobby para a "profissionalização" em competições é um processo natural entre os fãs do Crioulo. Quem começa gostando das cavalgadas de final de semana acaba se interessando por esportes eqüestres.

Apesar de conhecido por sua docilidade e inteligência, o principal trunfo do Cavalo Crioulo é a sua grande resistência física. Pesquisadores da Universidade de Massachusetts ficaram abismados com seu condicionamento físico. Na última grande prova de resistência da raça crioula, na Argentina - que durou 15 dias e teve percurso de 750 quilômetros (participam apenas cavalos alimentados exclusivamente a pasto) os pesquisadores mediram, entre outros, os níveis de potássio no organismo dos animais durante a prova. Todos ficaram impressionados como os cavalos crioulos conseguiam sobreviver com um nível de potássio tão pequeno, que foi sendo consumido pelo esforço físico. Outros animais não teriam resistido. Os crioulos, além de vivos, ainda apresentavam boa condição física.

PROVAS FUNCIONAIS

A eficiência funcional do Crioulo, sua rusticidade, longevidade e melhor relação de custo/benefício atraíram muita gente para a raça. As provas funcionais, organizadas pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos(ABCCC), originaram o Freio de Ouro - uma competição realizada unicamente por esta raça eqüina.

O Freio de Ouro testa todo o potencial e habilidade do cavalo, envolvendo cerca de 800 animais em mais de 30 provas Credenciadoras. Cada uma dessas Credenciadoras selecionam no máximo 4 machos e 4 fêmeas para a etapa seguinte, as Finais Classificatórias Regionais. Essas também selecionam no máximo 4 machos e 4 fêmeas.

A grande final do Freio de Ouro é realizada em Esteio, durante a Expointer, onde após competições entre os melhores expoentes da raça, são conhecidos os campeões, macho e fêmea, que recebem a mais alta congratulação da raça.

Ao longo de todo esse processo, há praticamente um ano de competições selecionando os mais destacados exemplares, que terão o privilégio de participar da Final em Esteio. Centenas de criadores, proprietários, esportistas, veterinários, ginetes e cavalos são mobilizados em vários Estados.

Isso dá um panorama da dimensão atual do Cavalo Crioulo, da organização e desenvolvimento que os criadores de Cavalos Crioulos possuem.

MORFOLOGIA E FUNÇÃO:

A análise morfológica, estudo do formato e da estrutura do animal, - feita junto com as provas funcionais, que medem o desempenho - permite conhecer as verdadeiras características buscadas na raça. O crioulo deve ter o biotipo do cavalo de sela, abrigado dentro da sua tipicidade racial e a funcionalidade serve justamente para explicitar isto.

O Cavalo Crioulo constitui uma raça eqüina das que mais contribuiu para o alto nível de excelência que a pecuária do Brasil vem obtendo, pois devido às suas características de rusticidade e força, esse cavalo agüenta muitas horas seguidas de trabalho direto no campo, de sol a sol.
Pode-se dizer que já existe uma linhagem brasileira - que alia a morfologia Argentina à funcionalidade chilena - que já vem sendo reconhecida nos outros países e deve-se às provas funcionais do FREIO DE OURO, responsáveis pelo grande desenvolvimento da raça em relação aos outros países.

Essa superioridade racial motivou a expansão para outros tipos de provas onde o Cavalo Crioulo se adapta muito bem, como cavalgadas, provas de laço, rédeas e enduros, nas quais vem se destacando.

FONTE; HILTON ARALDI

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Manoela Bertagnolli

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