quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A paixão dos gaúchos por facas por Nico Fagundes




A paixão dos gaúchos por facas por Nico Fagundes

Leia a coluna de Nico Fagundes de 25/07, em Zero Hora:

O gaúcho tem verdadeira paixão por facas. No trabalho, no lazer e até no perigo a faca prolonga o braço do campeiro - serve para tudo. Acredito que, pesquisando facas em todos os lugares que visito, em nem outra parte existem tantos tipos e tão boas como no Rio Grande do Sul. E como existem aficionados e colecionadores desse instrumento de uso tão variável.

Pode-se dizer que há uma confraria universal, cujos membros se comunicam e se encontram em vários pontos do globo para falar de facas. Alguns exemplares em leilões e arremates chegam a atingir preços muito altos. Aqui no RS, cuteleiros famosos vendem a esses aficionados facas por preço nunca inferior a mil dólares!

O Edinho de Taquari, por exemplo, é um desses "monstros sagrados" da cutelaria artesanal. São muitas as facas gaúchas e infinita a variedade de desenhos, cabos e bainhas. Tenho as minhas, coleçãozita de regular tamanho que não empresto, não vendo, nem por ouro, nem por prata, nem por sangue de lagarta...

No mundo tradicionalista, nossos cuteleiros mais populares são o Medeiros e o Quadros, que fazem facas maravilhosas de grande procura. Como se trata de um trabalho artesanal, quase não chegam a formar estoque, trabalhando muitas vezes por encomenda. O Paulo Medeiros é de São Borja e de uma longa tradição missioneira de faqueiros, que começou na Vila Treze.

Para comemorar cem anos de atividade na forja da família Medeiros, meu amigo temperou uma série de facas especiais numeradas, a primeira das quais adquiri em artístico estojo de veludo. Hoje, o Medeiros trabalha em Tramandaí com o nome de Cutelaria Campeira, e seu estabelecimento é visita obrigatória para quem chega às praias.

O Valmor Quadros, outro notável cuteleiro, começou meio por acaso, meio por curiosidade. Hoje trabalha com o filho Leandro, um jovem mestre que está se saindo tão bem como o pai. O galpão-ferraria deles fica ali na RS-040, no que sai de Viamão e antes do pedágio, do lado esquerdo da estrada. Em Porto Alegre, sensacional é ver o Dr. Cássio Selaimen, jovem odontólogo, professor catedrático, homem de posses que faz facas pelo prazer de obsequiar amigos.

O desenho das Selaimen é característico: lâminas longas e finas. Os cabos são obra de arte, muitas vezes de chifre de cervos que manda buscar na Patagônia. Agora ele entrou no mundo das lâminas de Damasco, desdobrando o aço até trezentas ou mais vezes!

Infelizmente perdemos, em 15 de julho, o incrível "Sal Grosso", nome de guerra do cuteleiro que fazia as famosas facas "Vira Bosta", verdadeiras joias artesanais. Asved Richard Michels da Fontoura, o amigo "Sal Grosso", era caçador inveterado e morreu em Mato Grosso, em Nova Mutum, num trágico acidente, muito moço ainda. Que Deus lhe dê uma forja no céu, onde possa forjar espadas divinas para os arcanjos.

8 comentários:

Anônimo disse...

Esse cara "sal grosso" sem duvida nemhuma era um exelente marqueteiro isso não posso negar, mas tenho que informar que o mesmo nunca fabricou facas pois as produzia com outros cuteleiros que colocavam a marca vira bosta, infelismente esse era mais um picareta da cutelaria gaúcha, lembro que falo de seu lado proficional, nunca tive nemnhum contato pessoal. que deus o tenha.

Henrique Nogueira disse...

Uma perda lamentável para a cutelaria do Sul, a morte de Sal Grosso. Suas facas seguiam uma linha tradicionalista irretocável. Só vi coisa parecida com as facas Santa Fé e as Facas Quadros!

Anônimo disse...

Alguem tem fone do Edinho de Taquari ?? favor postar aqui

Anônimo disse...

Alguem tem fone celular de Edinho dos Reis de Taquari?? favor postar aqui

Anônimo disse...

Por favor pessoal, esses nomes citados são de pessoas que nem sequer sabem afiar uma faca, quem na verdade as faz são forjadores que colocam seus cunhos, alem do mais são forjadas com muita carencia de matéria prima ou maquinário, sem falar nos acabamentos que~deixam muito a desejar!!!!

Anônimo disse...

Para entrar em contato com o Edinho Reis de Taquari RS basta entrar no ORKUT e procurar pelo nome de Edson Reis Reis. É o melhor meio de fazer contato com ele e ver no album algumas obras de arte de sua produção.

E aos desavisados e aos enganados de plantão O vira bosta não produzia faca alguma, ele encomendava ao Quadros e por ultimo encomendava ao Eduardo Cunha (facas Crioula). Quem duvida é só perguntar ao Eduardo que ele mostra até os cheques que ficaram por serviços feitos.
Outra coisa a mulher dele também gosta de inventar, faz um tempão que ela está vendendo umas 200 peças que tinham ficado inacabadas e as peças nunca acabam e a mentira continua.
Tem cara que não estuda, que não sabe diferenciar a boa cutelaria da má, compra gato por lebre e engorda os bolsos dos enganadores. No final ficam brabinhos quando escutam a verdade, bando de otários.

Anônimo disse...

Pessoal o Edinho ( Edson Reis )é um grande cuteleiro, ele não mente como muitos "faqueiros" que enganam as pessoas. O Edson Reis produz a mão tudo que faz,foi o primeiro a fazer damasco no Rio Grande do Sul, isto em 1997. Bons tempos.
O Edinho já saiu em livro e em revista e hoje trabalha só por encomenda e é um dos únicos no Brasil que produz facas em aço damasco com as bainhas em aço damasco que podem ser integrais e o modelo que mais gosto que é a picaço de damasco.
Ela tem cabo torcido e esculpido em ébano com fios de prata que faz conjunto com a inigualavel bainha com colarinho e ponteira em aço damasco.
Gente isto é outro nivel de cutelaria tanto para usar como para colecionar.
Estudem indiada para não cair no conto do vigário da faca de serrinha.
Vamos valorizar quem realmente é profissional e é reconhecido.

Anônimo disse...

Alguem tem o endereço ou telefone do Cuteleiro Edson Reis de Taquari. É que desejo adquirir um faca de damasco com bainha em damasco e cabo em material nobre e valorizado! E que ouvi em conversas dos melhores colecionadores em facas que este Edinho de Taquari é o melhor.