domingo, 7 de março de 2010

Uma das vozes mais populares do regionalismo gaúcho está calada

Foto: Genaro Joner
Canções de sucesso e descoberta de novos artistas marcam a trajetória artística do cantor Leonardo, falecido na madrugada deste domingo
O cantor Leonardo, 71 anos, morreu na madrugada deste domingo, vítima de complicações decorrentes de uma parada cardíaca sofrida na última quinta-feira, após uma hemodiálise. Deixa uma obra que inclui algumas das canções mais conhecidas do repertório gauchesco, como Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, Tertúlia e Viva a Bombacha.

O músico se mantinha em atividade — desde 2003, apresentava o programa semanal Província de São Pedro na Rádio Guaíba. Batizado Jader Moreci Teixeira, nascido e criado no interior do município de Bagé, a trajetória artística havia começado ainda na infância. A vivência do campo iria inspirar muitas de suas composições na fase adulta, mas o início da carreira artística começou trabalhando em um circo local no papel do palhaço Zé Sabugo.

Aos 20 anos, mudou-se para a Capital para iniciar a carreira de cantor, mas não ainda como artista gauchesco: o nome artístico Leonardo surgiu porque ele formou dupla com um amigo para cantar música sertaneja, ambos inspirados nos sucessos que chegavam do interior de São Paulo pelo rádio. Nos anos 1960, o cantor voltou-se ao regionalismo gaúcho, tornando-se integrante do grupo Os Três Xirus. O trio gravou 12 discos e participou das primeiras edições da Califórnia da Canção Nativa. Em 1974, Leonardo saiu do grupo e passou a trabalhar como produtor de discos, lançando artistas como Gaúcho da Fronteira.

A canção Céu, Sol, Sul, Terra e Cor foi um de seus primeiros passos como cantor solo. Ele escreveu a canção em 1978 e, com ela, foi premiado no festival Ciranda Musical Teuto-riograndense, de Taquara, naquele mesmo ano. A canção se popularizou no início dos anos 1980, como trilha de comerciais de TV, ajudando a impulsionar a carreira do cantor — favorecida também pela vitória na Califórnia de 1982 com Tertúlia.

Outra canção do músico a ficar famosa foi Morocha, Não, escrita por Leonardo em resposta à polêmica e bem-humorada Morocha, apresentada por Davi Menezes Jr. no festival Coxilha Nativista, de Cruz Alta, em 1984.

ZERO HORA

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