domingo, 29 de maio de 2011

Jurema e Juremar e Gaivotas são as canções vencedoras da 21ª Tafona da Canção Nativa de Osório


 A 21ª Tafona da Canção Nativa elegeu as canções Jurema e Juremar campeã da Linha
Litorânea


Um festival que foi marcado pelo recorde de 594 inscrições, teve a sua grande final na noite de sábado, dia 28, no anfiteatro do Parque Jorge Dariva, durante o 31º Rodeio Crioulo Internacional de Osório. A 21ª Tafona da Canção Nativa elegeu as canções Jurema e Juremar campeã da Linha Litorânea e Gaivotas a vencedora da Linha Riograndense. Já a canção Maria Tereza, levou três troféus.
Segundo um dos coordenadores do festival, Júlio Ribas, esta edição foi marcada por uma participação recorde de mulheres nas interpretações das 12 selecionadas. O grande diferencial este ano foram sete mulheres cantando na final do festival e ainda as músicas selecionadas. Nós procuramos convidar jurados de várias linhas, tivemos músicas ecléticas e foi muito bom, avaliou Júlio Ribas.
Durante o festival que estimula a cultura gauchesca e litorânea, ainda foram eleitos: melhor intérprete  Mari Ramos (pela canção Maria Tereza  Linha Litorânea); melhor música eleita pelo público.  Maria Tereza; melhor tema osoriense. Maria Tereza. Um grande público acompanhou a final do concurso que ainda teve na abertura da segunda noite, um espetáculo teatral de uma ONG que defende o não uso de drogas.  
melhor intérprete - Mari Ramo - pela canção Maria Tereza - Linha Litorânea

A final do festival ainda contou com o show de Cristiano Quevedo, enquanto os jurados escolhiam os vencedores da noite. Além de troféus, os vencedores ainda receberam prêmios em dinheiro no valor de mil reais cada um, além dos 3.500 reais para cada um dos 12 selecionados para o festival.
A solenidade de premiação contou com a presença do prefeito de Osório, Romildo Bolzan Júnior, do Secretário Municipal de Desenvolvimento e Turismo, Jorge Ramos e os coordenadores Júlio Ribas e Nézio Marçal. O evento é realizado pela Prefeitura de Osório, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Turismo. Abaixo, as letras das músicas:
GAIVOTAS
Letra: Olgi Zauza Crejci
Melodia: Piero Ereno
Intérprete: Juliana Spanevello e Piero Ereno
Linha: Riograndense
Duas gaivotas pequenas
buscam tatuíras na areia,
matam nativos anseios,
no doce afã de pescar.
É tão lindo nesta vida
fazer o que o peito sente,
como nós antigamente
correndo à beira do mar...
As gaivotas já se foram
feito aves de arribação,
mas um dia voltarão
revoando no azul do céu.
Voltes também para mim,
refazer meu paraíso,
devolver o meu sorriso
e os beijos que foram meus;
O tempo cruza ligeiro,
e é tão pequeno o meu sonho;
ver o teu olhar risonho
de arrebol em arrebol.
Curtir as ondas do mar,
bronzear numa brisa amena
os nossos rostos morenos
nos mesmos raios de sol.
Que importa os cabelos brancos
e as rugas de nossas mãos,
se toda a minha ilusão
é tornar, vê-la sorrir...
Vamos passear pela praia
andando devagarzinho
porque os nossos castelinhos
já não sei mais construir.
JUREMA E JUREMAR
Letra: Caio Martinez
Melodia: Adriano e Cristian Sperandir
Intérpretes: Adriana Sperandir e Caio Martinez
Linha: Pesquisa Litorânea
Jurema, moça brejeira
Da praia de São Simão
Casou-se com Juremar
Foi morar em Solidão.
Sua foi tão certeira
Com o nome do lugar
Pesqueiro ficava longe
Difícil de acostumar.
Jurema fazia tudo
De tudo pra não chorar
Rezava pro seu amado
Não dar linha pro azar.
Um dia enredou a rede
Jurema ficou sem par
Afundou feito uma pedra
Ninguém o pode encontrar.
A lágrima de Jurema
Não deixa a maré baixar
Quanto mais o tempo passa
Mais Jurema quer chorar
Iemanjá traga de volta
O pescador Juremar
Se não secar esse pranto
O mundo vai inundar
Jurema fica na areia
Contando as ondas do mar
à espera de uma garrafa
com carta de Juremar.
Depois de passados anos
Nunca parou de contar
Endoideceu pela praia
Sem a garrafa encontrar.
Dizem que a moça bonita
Rogou praga contra o mar
Vai e vem por toda a barra
Chorando de soluçar.
E o povo teme o feitiço
Reza pelo Juremar
Temendo que o mundo acabe
Se o pescador não voltar.
08 - MARIA TEREzA
Letra: Loreno Santos e Patrícia Ouriques
Melodia: Loreno Santos
Intérprete: Loreno Santos e Mari Ramos
Linha: Pesquisa Litorânea
2 X
Rainha Ginga anda de vagá,
Que o Rei do Congo não pode avoá!
Maria Tereza, um reinado de história,
Rainha Ginga jamais esquecida,
Ela fez do trono seu mundo sua vida,
Raízes plantadas em nossa memória!
É um povo dançando, rufando tambor,
Num ritual, em sua congada,
Manifestação com fé e amor,
Devoção à Rainha que foi coroada!
2 X
Rainha Ginga anda de vagá,
Que o Rei do Congo não pode avoá!
Eles vão cantando pela rua afora,
dançantes que a todos encantam,
É a liberdade que neles aflora,
mostrando a fé nas quadrinhas que cantam!
Massacaias no ritmo maçambiqueiro,
Alegorias com sua beleza,
Ressoam na alma de um povo guerreiro,
Saudando a rainha Maria Tereza!
2 X
Rainha Ginga anda de vagá
Que o Rei do Congo não pode avoá
O negro, de vermelho e branco, cultua sua dança,Pra que sua crença se multiplique,
É festa de um povo que canta e não cansa,
É o rufar dos tambores de maçambique!
Obs.: Maria Tereza foi uma das mais conhecidas rainhas dos maçambiques de Osório. Faleceu com mais de cem anos de idade.
Gabriela J. Prestes Pacheco
Jornalista resp. MTB 13230
Assessoria de Comunicação Social
Prefeitura Municipal de Osório
(51)3663-8235 (51) 96762162
www.osorio.rs.gov.br

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