sexta-feira, 20 de junho de 2008

FESTA JUNINA NO RS

As festas são as manifestações da vida social nos agrupamentos humanos das mais remotas eras.
No Rio Grande do Sul as festas de junho estão ligadas ao solstício de inverno e são quatro, os santos do mês: Santo Antonio (13), São João (24) e São Pedro e São Paulo (29).
Até o século VI, homenagear santos com fogueiras era um rito pagão. O cristianismo se encarregou de converter a tradição em festa católica quando institui naquele século o dia 24 de junho para comemoração do nascimento de São João.
Em Portugal, seriam ampliadas, mais tarde, com a inclusão das datas de nascimento de Santo Antonio de Pádua e a morte de São Pedro.
Durante a idade média, o homem descobre que o sol nasce e se põe em quatro pontos diferentes no horizonte, conforme a época do ano, o que corresponde ao início das estações. Esta descoberta, dos solstícios, deu origem às festas coletivas, quando o sol era celebrado com o fogo.Fogueira
Para armar a fogueira, há sempre preferência pelas madeiras mais resistentes, que costumam queimar com facilidade e produzir boas brasas. O Cedro não pode ser usado porque foi feita, desta madeira, a cruz de Cristo bem como a Videira, que produz a uva para o vinho, símbolo do sangue de Jesus.
Conta-se que na antiga Judéia as primas Isabel e Maria estavam grávidas e moravam distantes. Combinaram que a primeira que ganhasse bebê deveria anunciar a boa nova à outra, acendendo uma fogueira. Santa Isabel ganhou seu filho (São João Batista) primeiro e cumpriu o prometido e até hoje os gaúchos acendem fogueiras, anunciando a vinda do santo.
É costume atravessar o braseiro, que ficou da fogueira, de pés descalços, e dizem que, para não se queimar, a pessoa deve ter fé, alma pura sem pecados e fazer o Sinal da Cruz.Culinária
A culinária junina está voltada para aquecer as pessoas e ao mesmo tempo aproveitar a fogueira para produção de alguns alimentos como batata-doce e pinhão. Pipoca, amendoim e quentão (feito de vinho), também são muito utilizados nas festas juninas.
São observadas as características locais, tanto em função do clima, quanto em relação aos produtos da época disponíveis. Assim vamos encontrar variações na culinária, de acordo com cada região.Indumentária
O que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul há muito tempo, é que estão sendo misturadas duas culturas regionais brasileiras distintas – a caipira e a gaúcha – nas comemorações das festas juninas. Muitas pessoas imitam o caipira e, o que é pior, muito mal, sem conhecimento de sua cultura.
Sabe-se que o caipira é um tipo humano, representativo de uma região brasileira, assim como o vaqueiro, o jangadeiro e o próprio gaúcho, merecendo, portanto, como nosso irmão, o respeito.
Houve um tempo em que sociedades e escolas realizavam os “casamentos na roça”. Essa prática não condiz com a tradição gauchesca e tão pouco com a tradição caipira. Trata-se de uma brincadeira de mau gosto em que o Juiz de Paz se transforma num “babaca” e a noiva numa “assanhada”, para não dizer outra coisa, normalmente casando já grávida.
Enquanto o caipira usa camisas estampadas, calças um pouco curtas e remendadas, botinas, chinelos ou sandálias, saias de chita a meia canela e chapéu de palha, o gaúcho usa camisas lisas, bombachas, botas ou alpagatas, saias curtas (meia canela) para crianças e na planta do pé para moças e mulheres e chapéu de feltro.
Não é habito do gaúcho pintar as crianças fazendo com que se pareçam com adultos (bigodes e barba).Crendices
Na Europa, de onde procede o rito, o poder especial dos Santos Juninos são utilizados para adivinhações ou realização das chamadas “sortes”. São sempre realizados na noite que antecede o dia do santo. Aqui temos alguns exemplos:Ex. 1 – Escrever em 3 papéis, 3 nomes de pessoas e enrolar. Deixar no sereno e a meia noite, o que estiver aberto será a sua cara metade.Ex. 2 – Pingar uma vela numa bacia com água. Agitar. Ver o desenho que se formou para prever o futuro,Ex. 3 – Colocar uma clara de ovo crua em um copo com água. Deixar no sereno e a meia noite ver a figura que tem.Ex. 4 – Atirar uma moeda na fogueira, no outro dia retirar a moeda e dar a um pedinte e perguntar o nome dele: será do futuro marido.Brincadeiras
Dança da batata: O casal que conseguir dançar uma música inteira equilibrando uma batata entre as duas testa, ganha uma prenda.
Corrida do saco: Arranje uns sacos de aniagem para a tradicional corrida de sacos. É a brincadeira que as crianças mais gostam.
Pau-de-sebo: É um poste de madeira engordurado onde as crianças sobem tentando atingir o topo sem escorregar, conquistando, assim, um prêmio.
Dança do bastão: Recreação coreográfica em que uns dos participantes dança com um bastão e procura determinado momento encontrar um par, deixando o bastão para outro participante menos esperto.
Corrida de colher: Consiste em transportar uma batata ou ovo em uma colher dentro de uma raia delimitada.

Equipe Técnica do IGTFFonte de Consulta: Setor de Pesquisa IGTF

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